03/05/2013

A física que se esconde no cotidiano

     Ao assistirmos uma aula de física, nos deparamos com uma série de equações, teoremas e conceitos que, de ínicio, podem não parecer ter uma função direta no nosso cotidiano. Mas é claro que, se analisarmos bem, veremos que cada coisa do nosso dia a dia, por menor que seja, contém um pouco de física e comprovam a inegável importância dela nos dias atuais.

     Bons exemplos do que você acabou de ler são os vários quadros do desenhista holandês Maurits Escher, que representam as possíveis formas geométricas do universo de acordo com as previsões das equações de Einstein (ver foto ao lado) ou o desenho animado Yellow Submarine, protagonizado pelos Beatles e que, logo no início da história, nos apresenta uma pequena aula das concepções da relatividade. Outro artista que já usou conceitos da física em suas obras é o pintor espanhol Salvador Dali, como em seu quadro "Corpus Hipercubus", em que a cruz de Cristo é de fato um cubo em quatro dimensões – em menção, segundo diversos ensaístas, à idéia einsteiniana de que o tempo é uma espécie de quarta dimensão. A física também atinge a literatura: “Nota-se a presença direta ou indireta da Teoria da Relatividade em praticamente todos os grandes autores do século, de Marcel Proust a James Joyce, de William Faulkner a Jorge Luís Borges”, afirma o físico e astrônomo americano Delo Mook, do Dartmouth College. Ainda segundo Mook, a física também se aplica em novelas, como "O Som e a Fúria", escrita por William Faulkner, que conhecia a teoria de Einstein e se baseou nela em 1929, época em que a narrativa das novelas era sempre única e absoluta, até William surgir com uma história contada por quatro personagens, que a vêem cada um a seu modo.

    Esses foram apenas o ínicio de uma série de exemplos que poderiam ser dados para mostrar que a física é uma parte extremamente significativa de nossas vidas e que, sem ela, o mundo certamente não seria o que é hoje, mesmo que nem sempre ela receba o devido valor.

Grupo Doppler
Fontes: Revista Superinteressante, edição nº162 e o livro "O Som e a Fúria", editora Dom Quixote (2011).